CONHEÇA ALGUMAS LETRAS E OUÇA TRECHOS DAS PRÉ PRODUÇÕES DO CD
Sábio,Coração
(Daniel Pessoa)
Meu coração é um menino travesso
Que caiu do berço e não sabe brincar
Meu coração passou por outras guerras
Viveu em outras Eras, mas sabe onde está.
Meu coração tem sido um bom amigo
Mesmo que às vezes não queira ajudar
Ele ainda me faz sentir vivo
Deixando os sentidos pra lá e pra cá
Ele ainda me faz sentir vivo
Sabe como ninguém me contrariar.
Meu coração menino exibido
Anda se mostrando e nem sabe por quê
Tá se afundando e inventando moda
Vê um outro, é trova, e não sabe perder
Se pelo menos vivesse sozinho
Já não poderia me comprometer
Mas ele vem me revirar do avesso
E eu que pago o preço por obedecer
Ele vem e me revira do avesso
Lhe falta juízo, mas fazer o que?
Sábio, coração teimoso
Sabe: _se não rói o osso
Vai viver só de esperar!
Sabe coração valente
Já conheci muita gente
Que queria estar no seu lugar
Filhos
(Élio Camalle / Daniel Pessoa)
O sêmem, o sangue, o suor, a saliva
Poderiam ser de outro homem,
A dengue, a flor lasciva, tampouco
Os nervos, nirvanas, o gozo, o gemido, poderiam ser dele
Os urros, os dedos, o verbo fingido na pele
Eu, latino americano, macho, suportaria
Eu, latino americano, macho, suportaria
Eu, latino americano, acho, suportaria
O ápice, o clímax em pelo
O fato de não ser meu braço a apertar seus ossos
O cume, o máximo, o zelo
O fato de não ser meu berço a embalar os nossos
Eu, latino americano, macho, suportaria
Eu, latino americano, macho, suportaria
Eu, latino americano, acho, suportaria
Tua Outra Canção
(Daniel Pessoa)
Bem especificamente você
Me fez acordar e ouvir um som só
Eu que nunca fui de beber
Tomei um grande porre de um só gole
Há dissonância em estar onde pensa
E só ser como é, como sobrevivência
Já não cabe nem um Chico e nem um Gil
Qualquer referência que eu tinha sumiu
E não custa dizer
Pra onde for tua busca, o abraço é em tua alma
Ainda bem que eu me iludo tão mal
Ter muito mais de onde veio e não querer usar o freio
É parte de quem nunca para no meio do muro
Bem especificamente você
Me fez acordar e não ver mais nada
Eu que nunca fui de beber
Dormi embriagado da madrugada
Há dissonância em estar onde pensa
E ser como é por pura conveniência
Já não cabe nem um Chico e nem um Gil
Qualquer referência sequer existiu
E não custa dizer
Pra onde for tua busca, o abraço é em tua alma
Ainda bem que eu me iludo tão mal
Ter muito mais de onde veio e não querer usar o freio
É parte de quem nunca para no meio do muro
Samba da Boa Moça
(Daniel Pessoa / Nina Dumont / Tassia Ribeiro)
Se um dia você me trair
Faço a alegria da rua inteira,
Só saio quando chamarem de corno
Te chamarem de otário
Quando te perguntarem se você conhece o Mário
No dia em que eu me despedir
Compre as cervejas e o baralho
Chame os amigos que podam os galhos
Mas lhe deixo uma pista
Olhe no meu diário e vê se estão na minha lista
E pra minha ausência, nem 10 maços de cigarro
Vão curar tua abstinência, fácil
Pode ter certeza paixão, dentre os meus pertences
Eu não levo a carência, nem a solidão.
Não se preocupe com a partida
Com jogo aqui no meu colchão
Curta a segunda divisão
Outros centroavantes ocupam sua posição
Eu Canto Mesmo
(Daniel Pessoa)
Ah, por quanto tempo eu quis
Me conhecer e ser feliz
Antes de achar um outro alguém
Deixei assim meu quintal
Vim viver meu carnaval
E antes de outro fim
Revi o amor em mim
Cantei aos céus com Passarim
Deixei sorrisos “ah meu deus”
Antes de a festa acabar
Deixo o som me escutar uma vez
E hoje é
Mesmo a hora de voltar
Sambando assim
Com minhas notas no lugar
E hoje é
Mesmo a hora de voltar
Sambando enfim
Com os acordes no lugar
Um caderno cheio de palavrão
E um coração que quer ficar
Teimosia
(Daniel Pessoa / José Henrique)
A semente poesia
Cai sobre uma pedra fria
Pelo inverno que chegou
Na esperança ela padece,
Quando sofre fortalece
A raiz que o tempo tece
Para germinar a flor
Está morta! Alguém diria,
Que semente nasceria
Sobre aquela pedra vã?
O insensato não sabia
Imortal é a poesia
Que tem alma anciã
Baixa o Santo harmonia
Oxalá acorde cria
Quando tudo aponta o não,
Ao silêncio desafia
Baixa o Santo harmonia
Oxalá acorde cria
Vem da pedra muda e fria
Melodiosa canção.
Sobre a pedra gestação
O poder da criação
Ordenando ao vento diz:
_Na pedra pulsa um coração
Toque a terra, assopre o chão
Vá levar uma porção
De poeira pra raiz
Vem do Sol a Luz do Pai,
Vem na chuva, sempre cai
É de Deus que vem o bem
Sobre a pedra teimosia
Cai pela missão que tem
Baixa o Santo harmonia
Oxalá acorde cria
Quando tudo aponta o não,
Ao silêncio desafia
Baixa o Santo harmonia
Oxalá acorde cria
Vem da pedra muda e fria
Melodiosa canção.